Cruz Alta: a cidade dos populares - Herondinas, Antônios, Victórias....
As narrativas sobre a história urbana de Cruz Alta, principalmente a partir do limiar do século XX, debruçaram-se, por muito tempo, sobre interpretações historiográficas estáticas e definitivas. Um consenso historiográfico incomodo e perturbador, que possivelmente com a Proclamação da República em 1889, instituiu-se e influenciou diretamente as produções históricas do município, que sem ressalvas, atribuiram a velha Vila do Divino Espirito Santo ares modernos e progressistas a par de qualquer resistência.
Tem-se a ideia de que repentinamente, práticas cotidianas e espaços públicos considerados ultrapassados e antiquados, foram modificados e passaram a reproduzir sem contestações os valores civilizados trazidos da Europa, da capital federal, Rio de Janeiro, e, da capital do estado, Porto Alegre.
De forma linear e sem levar em consideração as particularidades locais, e ainda, a presença de um tecido social diversificado, constata-se que o processo civilizador em Cruz Alta reproduziu naturalmente os modelos dos grandes e médios centros urbanos, desconsiderando os conflitos, as temporalidades e as ilusões das mentes iluminadas de comerciantes, empresários, professores, médicos, estancieiros e políticos que idealizavam uma cidade perfeita.
Dessa forma, buscamos analisar, discutir e recriar a história de Cruz Alta durante a República, trazendo as experiências de homens e mulheres afortunados e desafortunados que traçaram a cartografia social e urbana da cidade. Percorrer, assim, um território pantanoso e diversificado que ao longo do tempo (desde o século XIX) foram interprados pela literatura (contos, crônicas e poemas), pela arte (músicas, pinturas, fotografias e apresentações teatrais) e pela História.
Assim, cabe aqui correr o risco de desfazer chavões comuns atribuídos ao periodo em estudo, na qual subentende-se que o processo de modernização fora linear e sem custos financeiros e sociais; e designações preconceituosas, ainda pouco abordadas na historiografia, difundidas na época e que ainda repercutem no presente, como a mulher pobre, mãe de família, lavadeira e prostituta, o operário ignorante, jogador, alcoolotra e morador do subúrbio e o carroceiro qualificado como arruaceiro e sujo, fundamental nos serviços de transporte de cargas, de mercadorias e de passageiros, entre outras atividades.
Tem-se a ideia de que repentinamente, práticas cotidianas e espaços públicos considerados ultrapassados e antiquados, foram modificados e passaram a reproduzir sem contestações os valores civilizados trazidos da Europa, da capital federal, Rio de Janeiro, e, da capital do estado, Porto Alegre.
De forma linear e sem levar em consideração as particularidades locais, e ainda, a presença de um tecido social diversificado, constata-se que o processo civilizador em Cruz Alta reproduziu naturalmente os modelos dos grandes e médios centros urbanos, desconsiderando os conflitos, as temporalidades e as ilusões das mentes iluminadas de comerciantes, empresários, professores, médicos, estancieiros e políticos que idealizavam uma cidade perfeita.
Dessa forma, buscamos analisar, discutir e recriar a história de Cruz Alta durante a República, trazendo as experiências de homens e mulheres afortunados e desafortunados que traçaram a cartografia social e urbana da cidade. Percorrer, assim, um território pantanoso e diversificado que ao longo do tempo (desde o século XIX) foram interprados pela literatura (contos, crônicas e poemas), pela arte (músicas, pinturas, fotografias e apresentações teatrais) e pela História.
Assim, cabe aqui correr o risco de desfazer chavões comuns atribuídos ao periodo em estudo, na qual subentende-se que o processo de modernização fora linear e sem custos financeiros e sociais; e designações preconceituosas, ainda pouco abordadas na historiografia, difundidas na época e que ainda repercutem no presente, como a mulher pobre, mãe de família, lavadeira e prostituta, o operário ignorante, jogador, alcoolotra e morador do subúrbio e o carroceiro qualificado como arruaceiro e sujo, fundamental nos serviços de transporte de cargas, de mercadorias e de passageiros, entre outras atividades.
2 Comentários:
Muitos bons os teus textos, Fabrício.
Tenho bastante pesquisa da Cruz Alta do século XIX acumulada que não daria, nem teria tempo de expô-las aqui. Mas quem sabe, em um dias desses, quando vieres à Cruz Alta, botaremos o assunto em dia.
Gostei do teu foco, desmistificando a "Cruz Alta Européia" nos moldes românticos de que tanto nos falam. Minhas pesquisas chegaram a uma equação semelhante a tua.
Um abraço!
Boa tarde Henrique!
Amanhã lanço meu livro na Livraria Ponto do Livro, a partir das 8.30hs. Conto com a sua presença.
Se não for pedir demais,gostaria que postasse no seu blog o lançamento do meu livro.
Desde já agradeço sua atenção.
Fabrício Moura.
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